segunda-feira, 4 de abril de 2011

A vida e a morte, segundo a boneca Emília

Domingo foi um dia triste. Perdemos uma pessoa muito querida. Uma das tias mais alegres e carinhosas. Todos sentimos muito. Toda vez que isso acontece ficamos nos questionando sobre a vida, e por que a morte, a única coisa que temos certeza que um dia vai acontecer, é tão dolorosa...


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"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, Senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.


– E depois que morre? – perguntou o Visconde.

– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"

[Monteiro Lobato, excerto de Memórias da Emília (1936)]

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Emília, na trama criada por Lobato, foi feita por Tia Nastácia para a menina Narizinho. Nasceu muda e é curada pelo doutor Caramujo, que lhe receitou uma "pílula falante". Emília, então, desembesta a falar: "Estou com um horrível gosto de sapo na boca!". Narizinho, preocupada, pediu ao "doutor" que a fizesse vomitar aquela pílula e engolir uma mais fraquinha. Mas, explicou Caramujo, aquilo era "fala recolhida", que não podia mais ficar "entalada". Ela é conhecida por volta e meia "abrir sua torneirinha de asneiras", principalmente quando quer explicar algo de difícil explicação ou justificar uma ação ou vontade. Além de falar muito, também costuma trocar os nomes de coisas ou pessoas por versões com sonoridade semelhante.
[Fonte: Wikipédia]

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Emília das antigas e a que eu gosto!
Que aqueles que eu amo, e que já se foram, tenham muita luz nos seus caminhos!

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